*Com informações da Rede Brasil Atual

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está sendo questionado pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) sobre a licitação para locação de veículos blindados, aberta no dia 1º. Com o argumento de estar sendo ameaçado, para circular em Brasília Salles quer um SUV (veículo utilitário esportivo, na sigla em inglês) a diesel, com tração nas quatro rodas, câmbio automático, vidros e portas elétricos e banco de couro preto ou tom escuro, segundo especificações do termo de referência . Além de blindado, o carro de luxo deverá ter também central multimídia contendo, “no mínimo”, câmera de ré e GPS integrados ao painel original de fábrica.

O edital inclui locação eventual de outros carros a prova de balas, com e sem motorista, para ser usados em estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para esses veículos Salles não é tão exigente. “Central multimídia MP3, contendo entrada auxiliar USB, entrada auxiliar MP3 player compatível com Ipod/Iphone, bluetooth, câmera de ré e sistema de navegação GPS” são itens obrigatórios, mas não define o modelo. O custo estimado da contratação é de R$ 1 milhão.

Em requerimento de informações protocolado no último dia 3, Padilha questiona se o ministro registrou boletim de ocorrência por crime de ameaça na cidade de Brasília ou São Paulo, locais em que costuma se deslocar com frequência, inclusive dados sobre a unidade policial e o número do inquérito aberto.

“Salles, o ministro do partido Novo, quer aproveitar a pandemia para destruir a Amazônia e queimar dinheiro público”, disse o parlamentar.

Ameaças

Padilha quer saber ainda se Salles requisitou reforço na proteção policial em nome do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo o Ministério, o primeiro episódio de ameaça ao ministro data de 27 de fevereiro de 2019, no Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro, sul da Bahia. É mencionado ainda um ataque a órgãos da estrutura da pasta em Brasília, durante os quais Salles teria recebido ameaças à sua vida.

Requerimento de informações é um dos instrumentos que os parlamentares têm para fiscalizar atos do Poder Executivo. Trata-se de um pedido por escrito feito a ministros de Estado. Se o ministro não responder no prazo de 30 dias, se prestar informações falsas ou se recusar a responder, pode ser acusado de crime de responsabilidade.