O plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira (9), o substitutivo do Senado para o projeto de lei (PL 1409/20), que dá prioridade na testagem do novo coronavírus a profissionais que atuam no combate à pandemia e estão em contato direto com pessoas contaminadas, caso dos profissionais de saúde e dos agentes funerários. O projeto, que tem como coautores os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Jorge Solla (PT-BA), foi aprovado na Câmara no dia 29 de abril, mas precisou passar por nova votação porque sofreu várias modificações no Senado. A principal delas ampliou a lista dos profissionais que terão prioridade nos testes.

Segundo o texto do Senado, que agora vai à sanção presidencial, também contarão com essa prioridade todos os profissionais essenciais ao controle de doenças e à manutenção da ordem pública, determinando que sejam “tempestivamente tratados” e orientados sobre sua condição de saúde e sobre sua aptidão para retornar ao trabalho.

O projeto aprovado também obriga empregadores a fornecer, gratuitamente, equipamentos de proteção individual aos profissionais que atuam em atividades essenciais e estejam em contato direto com portadores ou possíveis portadores do coronavírus, considerando os protocolos indicados para cada situação.

“Precisamos garantir o cuidado de quem cuida, essa é uma grande preocupação. O grau de transmissão é preocupante e priorizar ações de cuidado desses profissionais é fundamental”, afirma o deputado Alexandre Padilha.

 

Profissionais que terão prioridade

Na lista da Câmara, 18 profissionais teriam prioridade, entre eles os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, agentes e técnicos, serviços funerários, policiais, membros das Forças Armadas, guardas municipais e profissionais de limpeza. O Senado estendeu essa prioridade também para brigadistas, agentes penitenciários, técnicos e auxiliares em saúde bucal, veterinários, trabalhadores do setor aéreo, controladores de voo e profissionais de centros de assistência social, além de servidores públicos que trabalham na área da saúde, inclusive em funções administrativas, e trabalhadores da cadeia de produção de alimentos e bebidas.

Urgência para PLs que tratam de Covid-19

Os deputados aprovaram também 11 requerimentos para conceder o regime de urgência na tramitação de projetos de lei que tratam do enfrentamento do coronavírus. Entre eles o PL 886/20, da Bancada do PT, que contém várias medidas para ajudar a agricultura familiar durante o período da pandemia.

Ganharam urgência também: PL 1581/20, que regulamenta o acordo direto para pagamento com desconto ou parcelado de precatórios federais; PL 2292/20, que garante o oferecimento de hospedagem a profissionais de saúde para os períodos de repouso se a moradia for distante ou se for necessário para evitar a contaminação da família; o PL 2824/20, que estabelece medidas para socorrer entidades esportivas devido à crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus; PL 2013/20, que estabelece medidas emergenciais de proteção à mulher vítima de violência doméstica durante a pandemia do coronavírus; e o PL 2208/20, que suspende os pagamentos das prestações por parte de beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida durante a pandemia.

Volta às aulas

O PL 2494/20, do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), que estabelece estratégias para o retorno às aulas após o período de isolamento social também ganhou urgência na tramitação, além do PL 2151/20, que determina a divulgação de novos dados sobre o andamento dos casos de Covid-19 no Brasil; PL 2529/20, que permite o uso de veículos de transporte escolar para transportar profissionais de saúde durante o período da pandemia; PL 1113/20, que inclui a Covid-19 como doença grave que isenta os segurados do Regime Geral de Previdência Social (RPGS) do cumprimento da carência para concessão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; e PLP 137/20, que permite o uso do superávit financeiro de vários fundos federais para ações de combate ao coronavírus.

Vânia Rodrigues