O processo movido pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e sua esposa, Thássia Alves, contra a Veja recebeu parecer favorável também em segunda instância nesta terça-feira (26). A ação por calúnia e difamação é direcionada contra a revista e o jornalista Felipe Moura Brasil.
O advogado João Vicente Augusto Neves contou à Fórum que a sentença foi confirmada em segunda instância. “Hoje a 2ª Turma de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou sentença da 1ª instância que condenou Veja e Felipe Moura Brasil a indenizarem o deputado Alexandre Padilha e tirarem do ar a matéria sobre o nascimento da filha dele intitulada ‘FARSA: Padilha turbina SUS para parto da filha! Petista dispensou plantonistas e chamou médicos de sua confiança’”, declarou. Segundo Neves, a Veja pleiteava que a matéria voltasse ao ar após ter sido retirada por determinação da Justiça Eleitoral.
A reportagem publicada em fevereiro de 2015 chamava de “farsa no SUS” o nascimento de Melissa, filha do casal, no Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha. A matéria mentirosa assinada por Moura Brasil dizia que o ex-ministro da Saúde teria realizado “maquiagem” no hospital público, chamando médicos de sua confiança e de hospitais particulares para realizarem o parto e o cuidado da criança. O artigo visava atacar Padilha dizendo que ele e sua esposa não recorreram ao Sistema Único de Saúde no parto da filha.
Fake news
No processo, a defesa não somente comprovou que o texto de Moura Brasil era “fake news” como provou que Thássia foi atendida nas mesmas condições que qualquer outro usuário do SUS. Além disso, expôs que o processo escancarou as mentiras contidas na matéria, uma vez que o autor sequer apresentou testemunhas para comprovar o que dizia em artigo.
“O Felipe Moura Brasil não arrolou nenhuma testemunha que comprovasse o que ele tinha dito, que o Padilha e a Thássia tinham tido a filha no SUS só que em um SUS fake, diferenciado, que os médicos que os atenderam não eram os médicos do hospital, que eram colegas do Padilha de outros hospitais. E provamos que isso não era verdade. Apresentamos como testemunhas os médicos que atenderam a Thássia, a médica que hoje é diretora do corpo clínico do hospital… Juntamos todo o prontuário e a escala do plantão do dia para provar de forma cabal que todos os médicos eram do corpo clínico do hospital”, disse Neves em junho do ano passado, após vitória em primeira instância.
Em conversa com o blog da Maria Frô, na Fórum, Thássia contou também em junho do ano passado que “foi difícil lidar com a angústia de ver minha filha 28 dias na UTI e ter ainda de lidar com essa mentira propagada pelo colunista da Veja”.