No último sábado (30) Alexandre Padilha esteve em São José dos Campos junto com os vereadores da cidade Wagner Balieiro e Amélia Naomi, o ex-prefeito Carlinhos de Almeida, da ex-deputada Ângela Guadagnin e do Leocides José de Souza Secretário de Comunicação da Federação Nacional dos Agentes Comunitário de Saúde e Agentes de Combate as Endemias (FENASCE), no seminário “O Futuro do SUS e as recentes alterações na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)”, organizado pelo Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate as Endemias (SINDACS), na Câmara Municipal.

Com auditório cheio e com representantes da categoria, foram apresentadas as políticas aplicadas pelo governo de Michel Temer que estão sucateando o SUS e os danos causados pela nova proposta de PNAB.

O vereador Wagner Balieiro destacou a importância de se fazer necessário difundir a destruição do nosso sistema público de saúde com a população. “Enquanto muitas pessoas acreditam que fazer política não vale de nada, precisamos constantemente reiterar que a política do governo atual está destruindo direitos e conquistas de décadas em dois anos de golpe. Se esses projetos fossem debatidos com a população, com certeza seriam derrotados”.

Leocides José de Souza da FENASCE apresentou o histórico da criação dos cargos dos agentes comunitários de saúde e do combate a endemias nos país e das consequências para a categoria com a nova PNAB.

“A nova política exige, entre outras medidas, a atuação dos agentes em áreas de alta vulnerabilidade social, mas sem especificar os critérios. A outra situação é a redução do número de agentes por equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), de quatro para apenas um profissional, e de atendimento de pessoas e não famílias. Além de atribuições únicas das funções dos profissionais”, explica Leocides.

Alexandre Padilha reiterou a importância da categoria no trabalho do SUS e que possuem uma força política muito grande, não sendo à toa que foi a única categoria que conquistou três mudanças importantes na Constituição, inclusive com a regulamentação da profissão e que possuem um importante poder de mobilização.

“Poucos profissionais de saúde conhecem o cotidiano das pessoas e das famílias dos territórios atendidos pelas equipes de ESF como os agentes comunitários e de endemias, e são respeitados. Não é pouca coisa as pessoas abrirem a porta de suas casas para recebê-los. O trabalho deles salva muito mais vidas do que os próprios médicos”.

Padilha explicou que há mudanças interessantes na nova PNAB, mas que todas elas se fazem em ambientes nocivos e são desviadas pelo contexto original da política, do que está se pensando para a saúde do país.

“Existe uma aliança nacional anti-SUS, que acha que o sistema público universal é demais para o Brasil. Estão estrangulando o SUS com a PEC do congelamento de gastos para a área em 20 anos e cada medida que eles tomam, reduzem a força do nosso sistema. ”

A agente comunitária Fátima que atua na profissão há 18 anos destacou a importância da criação de vínculo dos profissionais com as pessoas e famílias atendidas. “A relação dos agentes com as pessoas atendidas deve ser respeitada. Atendia um senhor que me chamava de filha, eu era a única pessoa que o visitava, sempre disponibilizei um tempo maior de visita a ele. Por uma decisão familiar, esse senhor mudou de área e soube que ele cometeu suicídio”.

Além do seminário, Padilha visitou o Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC), onde lembrou do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que criou no Ministério da Saúde e que se transformou em importante política para o tratamento do câncer e que agora, assim como toda a saúde pública, está ameaçado pelos desmontes do desgoverno golpista.