A dificuldade do acesso e o aumento da insegurança alimentar no país agravados pela crise sanitária da pandemia da covid-19 foi o tema do programa Rede em Defesa da Vida da TV PT desta segunda-feira (5). Ancorado pelo deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, o debate contou com a participação da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff, Tereza Campello, e do deputado federal e líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Guimarães.

Com aquecimento para  o Dia Mundial da Alimentação, que é celebrado dia 16 de outubro, o programa abordou a relação direta da pandemia com a piora nos hábitos alimentares das famílias ocasionados pela perda de renda e o aumento do preço dos alimentos.

“A covid-19 chega no Brasil em um dos momentos mais graves na nossa história recente e apesar das políticas emergenciais aplicadas, como o auxílio emergencial, as famílias permanecem sendo fortemente afetadas. O esforço dos governos do PT para que o país saísse do mapa da fome e também o estimulo para mudança no padrão alimentar, também com iniciativas como o Guia Alimentar para a População Brasileira, são destruídos pelo governo Bolsonaro no momento em que deveriam ser incentivados. Os resultados dessas medidas estão ai, a piora na qualidade de vida da nossa população”, avaliou Padilha.

Para a Tereza Campello também reiterou que o Brasil já apresentava o agravamento da pobreza, da vulnerabilidade da população, desassistência de vários serviços e piora da qualidade alimentar antes da pandemia da covid-19. “A pandemia tem impactos no mundo todo, mas atingiu o Brasil talvez no seu pior momento com a fragilização do SUS, o desemprego crescente, se vivêssemos essa tragédia em 2014, onde o país apresentava 6% de desemprego, o SUS estava organizado e o programa Mais Médicos funcionava, mesmo assim seria muito difícil, mas tínhamos a menor taxa de pobreza da história, tínhamos saído do mapa da fome, claro que seriamos impactados, mas estaríamos em outras condições”.

O deputado José Guimarães reforçou os desmontes aplicados pelo governo Bolsonaro em programas que foram formulados para proteger os mais vulneráveis e a importância da votação do orçamento para 2021 que está em pauta no Congresso Nacional.

“Cada dia se descobre um novo rombo nas contas públicas para tirar dinheiro do SUS. Vamos ver no dia 1º de janeiro de 2021 o Brasil que vamos ter, sem o auxilio emergencial. O orçamento para 2021 proposto pelo governo Bolsonaro, se não for brecado no Congresso, vai retirar recursos para as principais áreas, tudo isso com inflação e desemprego altos. Teremos mais ainda o agravamento de crises, inclusive da segurança alimentar também com a destruição da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A nossa discussão na liderança da minoria da Câmara é recuperar e defender as áreas estratégicas que defendam o povo”.

Mais Bolsa Família

Há dois meses, a bancada do Partidos dos Trabalhadores na Câmara apresentou o Projeto de Lei 4.086/2020 que cria o Mais Bolsa Família, proposta de proteção de renda das famílias brasileiras diante da desastrosa política econômica do governo Bolsonaro. O projeto estende o beneficio de R$ 78 para R$ 300 às famílias beneficiarias.

 “O programa Bolsa Família não é uma transferência de renda. Por traz dele, há uma rede de proteção garantida pelo Cadastro Único, ali todos os direitos do cidadão estão assegurados como saúde, educação e assistência social, ele é a contraposição a proposta Renda Cidadã do governo Bolsonaro. O Novo Bolsa Família consiste em ampliar o número de beneficiários para 30 milhões de brasileiros que precisam hoje, que são aquelas pessoas que estão recebendo o auxilio emergencial. A proposta sobe o valor do beneficio e também da classificação para não apenas os classificados na pobreza, mas também as famílias vulneráveis, como as dos trabalhadores informais, por exemplo”, explica Tereza. 

Confira a íntegra do programa: